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Termina na sexta a campanha de vacinação

Por Agência Saúde  em 01 de setembro de 2004 - 17:20

Termina na próxima sexta-feira (3) a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Sarampo. Os pais ou responsáveis devem levar as crianças menores de cinco anos ao posto de vacinação mais próximo para receber as gotinhas que protegem contra a paralisia infantil. As crianças maiores de um ano e menores de cinco também receberão a vacina contra o sarampo.

A vacinação contra a poliomielite, realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com secretarias estaduais e municipais de saúde, é importante porque mantém a doença erradicada no Brasil, onde o último caso foi registrado em 1989. Esta estratégia impede, ainda, a importação de casos de nações que ainda têm registros de poliomielite e com as quais o Brasil mantém estreitas relações comerciais e de turismo.

Restam no mundo três regiões que ainda não receberam a certificação de erradicação da pólio: África, Sudeste da Ásia e Mediterrâneo. Nos últimos três anos, 12 países dessas regiões registraram casos da doença: Angola, Etiópia, Madagascar, Mauritânia, Níger, Nigéria, Índia, Afeganistão, Egito, Paquistão, Somália e Sudão.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmou, na última terça-feira, dia 24 de agosto, casos de poliomielite em Guiné e Mali. Estes dois países não registravam casos desde 1999. Ambos também não vacinaram suas crianças na campanha realizada em vários países africanos para evitar que vírus circulantes na Nigéria e em Níger se alastrassem. Uma nova campanha será realizada em outubro e novembro deste ano em 22 países da África. Segundo a OMS, em muitos países afetados pela pólio no continente apenas 50% da população está imune à doença.

Com relação ao sarampo, a vacinação eliminará o risco de a criança contrair a doença e garante ao Brasil a eliminação desta enfermidade. Em 1995, o Brasil já havia alcançado um bom nível de controle do sarampo. Na época, em alguns estados brasileiros achava-se que não era preciso participar da campanha de vacinação contra a doença, o que levou a uma cobertura vacinal muito baixa.

Como resultado, em 1996 houve a importação de casos de sarampo, vindos provavelmente da Itália, que levaram a uma epidemia em todo o País. Foram mais de 50 mil casos entre 1997 e 1998. A epidemia causou cerca de 60 mortes. Outro fator que levou à epidemia foi que a Campanha não foi realizada por muitos estados em 1995.

A Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde, alerta, ainda, que os pais e responsáveis poderão atualizar o cartão de vacinação da criança, caso não tenha recebido vacinas recomendadas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). Vale ressaltar que as doses contra a pólio e o sarampo serão aplicadas mesmo sem o cartão.



Balanço parcial – De acordo com dados repassados pelos estados e municípios até o dia 26 de agosto, mais de 11,3 milhões de crianças tinham sido vacinadas contra a poliomielite, desde o início da Campanha Nacional de Vacinação, no último sábado, 21. O número aponta para o sucesso de mais essa campanha, já que representa 66,98% de cobertura (tabela 01). Em relação ao sarampo, a avaliação também é positiva: a cobertura já chega a 58,8%, com mais de 8 milhões de crianças vacinadas (tabela 02).

Até o dia 3 de setembro, as metas do Ministério da Saúde, dos estados e municípios são imunizar mais de 17 milhões crianças contra a pólio e 13,7 milhões contra o sarampo. O próximo balanço parcial será divulgado na sexta, dia 3, término da campanha, e o resultado final, no dia 11 de outubro.



Recurso - O Ministério da Saúde investiu aproximadamente R$ 103,5 milhões, dos quais R$ 87,8 milhões na compra de vacinas (cerca de R$ 10 milhões para as doses contra a pólio e cerca de 77 milhões para as doses da tríplice viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba), R$ 11,3 milhões em repasses para as secretarias estaduais de Saúde operacionalizarem a vacinação e aproximadamente R$ 4,5 milhões para a divulgação da campanha.