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Sob suspeita, Neymar é intimado a mostrar documentos de transferência

Por Gazeta Esportiva  em 25 de junho de 2015 - 08:15

Após disputar as duas primeiras partidas da Copa América e receber gancho de quatro jogos da Conmebol, Neymar ficou fora do restante da competição e foi liberado para voltar a sua casa no Guarujá, litoral sul de São Paulo. Mas o atacante ainda não poderá curtir tranquilamente as férias. Nesta quarta-feira, o astro do Barcelona e seu pai receberam intimação judicial para apresentar os documentos de sua transferência do Santos ao clube catalão para a Terceira Estrela Investimentos (Teisa), detentora de 5% de seus direitos à época da negociação.

A decisão da juíza Thaís Coutinho, da 11ª Vara Cível de Santos, foi tomada na terça-feira, mas foi publicada apenas nesta quarta. A queixa da Teisa vem na esteira de denúncia do Grupo DIS, que foi acatada pela Justiça espanhola na última semana. O fundo de investimentos gaúcho, que tinha 40% dos direitos econômicos do jogador em maio de 2013, reclamou de fraude nos valores dos contratos assinados entre o atleta e o Barcelona.

Ambos os fundos se queixaram de ter recebido sua porcentagem sobre um valor abaixo daquele pelo qual a venda efetivamente teria sido acertada. As empresas tiveram suas partes calculadas sobre o valor de 17 milhões de euros (cerca de R$ 44,2 milhões, na cotação da época), montante pago pelos catalães ao Santos. Mas o valor total desembolsado pelo Barcelona na transação foi de 86,2 milhões de euros (R$ 224,2 milhões).

Em valores corrigidos e atualizados, a Teisa teria direito a receber aproximadamente R$ 15 milhões caso a fraude seja comprovada. O DIS, por sua vez, reivindica cifra de aproximadamente R$ 89,6 milhões, equivalente aos 40% a que tinha direito na transação.

Além das denúncias de ambos os fundos, Neymar também é alvo direto de investigação da Justiça espanhola. Seu pai, dono de empresa que teria levado R$ 140 milhões na transferência, e ele, além do presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu, e do ex-mandatário Sandro Rosell, tem suas atividades na transação apuradas por suspeita de fraude e corrupção.

O Santos, por sua vez, também pede apuração clara da negociação. O clube foi à Fifa em maio pedindo ressarcimento por danos sofridos na negociação, e agora acompanha atentamente também o trâmite na Justiça comum – tanto brasileira quanto espanhola.