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São Cirilo de Jerusalém

Por Redação  em 18 de março de 2019 - 09:00

 
São Cirilo, Bispo e Doutor da Igreja, nasceu por volta do ano 315, filho de pais cristãos. Estudou em Jerusalém e, no ano 345, ordenou-se sacerdote. Dedicou-se com o maior empenho à pregação da Palavra e ao ensino do catecismo aos que se preparavam para o Batismo. No ano 350, foi sagrado bispo de Jerusalém. Viveu num tempo de muitas heresias que, se por um lado prejudicaram a evangelização, por outro lado motivaram o surgimento de grandes pastores, teólogos e pregadores. Por ter aderido à doutrina do Concílio de Nicéia e ter sido um dos mais ardorosos defensores da fé contra os ataques do arianismo, heresia que negava a natureza divina de Jesus, ele foi perseguido e por três vezes foi desterrado pelos imperadores Constâncio e Valente. Seu último exílio foi particularmente doloroso, e por 11 anos ele vagou por cidades da Ásia. Somente alguns anos depois, em 362, quando Constâncio morreu, e Juliano, o Apóstata, assumiu o trono, Cirilo pôde voltar para Jerusalém. Em 381 ele participou do III Concílio Ecumênico de Constantinopla que reconheceu a legitimidade de seu episcopado. A obra que lhe valeu o título de Doutor da Igreja, são as suas 24 Catequeses. Trata-se, na verdade, de discursos pronunciados por ele na Basílica do Santo Sepulcro, no início de seu episcopado e que foram publicados graças a cópias taquigrafadas por um ouvinte. Esses escritos nos quais ele expõe a verdadeira doutrina da fé e os ensinamentos da Sagrada Escritura, chegaram até nós, e alguns deles foram traduzidos em português. Além de dar uma exposição clara da doutrina cristã, são importantes, porque através deles podemos saber como no século IV os cristãos de Jerusalém se preparavam para a primeira eucaristia e recebiam a comunhão. São Cirilo faleceu no dia 18 de março do ano 386 e foi canonizado em 1882.

Hoje, nesse mundo onde a fila dos que comungam aumenta a cada dia, mas é cada vez menor a fila dos que se comprometem com a justiça e a fraternidade, São Cirilo que muito se preocupou com a preparação para a primeira comunhão, nos convida a rever nossa catequese e nosso conceito de Eucaristia. Eucaristia, mais que privilégio, é compromisso com Deus e com o irmão por causa de Deus. Assim como ninguém pode amar a Deus que não vê, se não ama o irmão que vê, ninguém pode comungar o Corpo de Cristo, se não estiver disposto a comungar o corpo do irmão.