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Sandra: "Em busca do interior"

Por Sandra Gonçalves Ferreira  em 30 de outubro de 2010 - 16:14

De repente me vi dentro de mim. Era um caminho estreito, escuro, incerto. Então, me perguntei! Onde estou? Ao mesmo tempo em que o lugar me parecia conhecido, me era estranho.
Cavei, cavei procurando pelo meu ouro interior. Eu sabia que ele estava lá em algum lugar, alguém me disse que todos nós temos. Onde está o meu? Eu preciso encontrá-lo.
Puxa! Quanta coisa há aqui! Quase caí quando tropecei na Amargura; a Tristeza segurou o meu braço; a Ignorância tapou os meus olhos; o Orgulho pior que a Ignorância, além de tapar os meus olhos não me deixava aceitar a aproximação daqueles que tentavam me ajudar. E eu que pensava conhecer bem este lugar.
O Desânimo me abraçou, o Desespero tomou conta do meu corpo. Mas, apesar dos olhos vendados pela Ignorância e pelo Orgulho, eu pude perceber bem ao longe que algo reluzia, era um brilho tão intenso que, mesmo me sentindo injustiçada, maltratada durante o percurso, eu queria alcançá-lo.
De repente a Razão passou por mim e disse: “Continue caminhando!”. A Fé, que estava ao lado da Razão me orientou: “Siga em frente, se cair, levante! Se te fizerem chorar enxugue as lágrimas, siga em frente e confie! Eu estarei com você. Então segui, agora, meu caminhar era mais firme.
A Sabedoria carinhosamente tirou dos meus olhos a venda que a Ignorância e o Orgulho haviam colocado; A Esperança me abraçou e disse: “Cave, cave, continue cavando, por mais longo e tortuoso que seja o caminho, esquece o Passado, na verdade ele nem existe, só o presente é real, pense no presente”.
Assim, continuei cavando e a luz parecia cada vez mais reluzente. Enfim, pude tocá-la. Eram barras do mais puro ouro. Fiquei maravilhada. Neste momento, a Bondade tocou em meu ombro e sussurrou ao meu ouvido: “não guarde todo esse ouro só para você, distribua!”
Ouvindo o conselho da Bondade peguei uma das barras para dar ao meu irmão, descobri que era fantástico, pois, ao doar uma barra, duas se colocavam no lugar dela. Que maravilha! Eu havia encontrado meu ouro interior e podia dividir com todos.
Quando a Sabedoria tomou o lugar da Ignorância e do Orgulho e o meu “ouro” estava em minhas mãos, pude sentir a presença de Deus. Agradeci e perguntei: Senhor, que ouro é este que quanto mais dou, mais eu tenho? Qual é o mistério?
E Ele pacientemente me respondeu: “Não há mistério. Aos olhos do homem, que ainda é materialista, isto se parece com o ouro, para que possa perceber o quanto é valioso. Isto é o AMOR.

Cassilândia, 24.09.2010 4h10min.