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Relatório preliminar da CPI reforça tese do Mensalão
O relatório preliminar divulgado hoje pelo deputado Osmar Serraglio (PMDB0PR), relator da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos Correios, reforça a tese de que existiu pagamento sistemático a parlamentares em troca de favores ao governo. Os dadosapontam coincidências no esquema gerido pelo empresário Marcos Valério e o ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) Delúbio Soares.
O relatório aponta a concentração de pagamentos em dois períodos: em maio de 2003 - época em que houve intensa migração de parlamentares para o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) - e entre janeiro e fevereiro de 2004, quando ocorreram várias filiações de parlamentares ao o Partido Progressista (PP).
Os integrantes da comissão descobriram ainda que, a partir de setembro de 2003, houve concentração de pagamentos em datas próximas às votações de interesse do governo. Portanto, os pagamentos não se resumiam a favorecer a aprovação de projetos, como também para convencer parlamentares a migrarem aos partidos da base aliada.
O documento foi elaborado com base no trabalho desenvolvido pela Sub-relatoria de Movimentações Financeiras da comissão, coordenada pelo deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR). A conclusão caracteriza o "mensalão" como um fundo de recursos utilizados especialmente no atendimento de interesses políticos partidários.
De acordo com o relatório, os pagamentos ao PP eram feitos em intervalos de 48h e 72 horas, sob a intermediação da corretora Bônus-Banval. Antes desse período, segundo o documento, o mensalão se concretizava pela retirada de recursos diretamente no caixa bancário.