Geral

"PT foi desrespeitado em suas instâncias", afirma Olívio

Por Ana Paula Marra  em 22 de julho de 2005 - 09:05

Ao sair da cerimônia em que seu sucessor tomou posse do Ministério das Cidades, Olívio Dutra fez um balanço de sua gestão, falou de sua relação com o atual governo e das denúncias que atingem seu partido, o PT. Olívio afirmou que não está magoado com a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ter lhe substituído.

Olívio disse que o presidente deve ter suas razões para tomar esta decisão, reiterou que o governo Lula não é um governo de um único partido. Márcio Fortes foi indicado para assumir a pasta das Cidades pelo presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, que é do PP.

Ele afirmou que não vai disputar as eleições de 2006 para o governo do Rio Grande do Sul e nem é candidato à presidência do PT naquele estado. "Não tenho de estar com algum cargo, algum poder. O cidadão faz política independente de ter ou não cargo. Eu não saio de nenhum lugar para procurar posto em outro", respondeu, ao ser questionado sobre o seu futuro político.

O ex-ministro também falou de seu trabalho à frente das Cidades. "O Ministério das Cidades, que foi uma criação de nosso governo, tem um trabalho solidificado muito importante. Eu saio tranqüilo de que fizemos um trabalho que contribuiu enormemente para o governo Lula gerar os milhões de empregos que gerou".

Olívio Dutra contou que o presidente Lula lhe propôs que fosse para a Infraero, mas que o convite não foi aceito. "Eu não estou no governo em função de cargos e promoção pessoal. Estou porque sou comprometido com o avanço desse governo. E vou continuar com esse compromisso em qualquer momento, mesmo sem ter cargo algum".

Ele reconheceu que o governo está enfrentando, neste momento, uma situação "seríssima", mas disse acreditar que o governo, assim como o PT "não tenham sido feridos na sua essência". Ele também se comprometeu a ajudar o Partido dos Trabalhadores a recuperar a sua imagem. "O partido está agredido, foi desrespeitado em suas instâncias, na sua base, na maioria de seus militantes. Portanto, as instâncias deliberativas do partido têm que passar a funcionar plenamente para reparar tudo isso. Vamos ajudar para que isso aconteça", afirmou.