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Proteger índios – bom negócio.

Por Manoel Afonso  em 04 de setembro de 2015 - 11:04

Proteger índios – bom negócio.

OS CONFLITOS de terras no MS. na mídia. O advogado indígena Wilson Matos da Silva, residente na Aldeia Jaguapirú , é autor do artigo “Especialistas em índios...Sou contra!” O texto foi publicado no “Jornal Preliminar.com.br” .


PRESIDENTE da Comissão Especial de Assuntos Indígenas da OAB/MS, o advogado lembra que mais de 500 indígenas cursam faculdades, dos quais 180 Direito. Denuncia a existência de apadrinhados políticos, que agem como ‘donos dos índios’.


“OS DONOS DOS ÍNDIOS” seriam os agentes do Estado, sem qualificação ou sem simpatia com a causa indígena, com medo – é claro - de perder seus empregos (teta), sob o duvidoso rótulo de “especialistas em índios”, donos do bem e do mal.


“PROTETORES” Wilson denuncia uma máfia deles agindo inclusive através das famosas ONGs, recebendo dinheiro que não chegam às aldeias, além de reivindicar grandes extensões de áreas que só ajudam a denegrir a imagem dos índios.


“URUBÚS” O autor lembra que eles vivem da desgraça do seu povo, recebendo boa remuneração – além de diárias em hotéis de luxo, honorários de consultoria, locação de veículos, pagamento de RPAs, auxílio financeiro e outras vantagens.


EMBORA o artigo 3º da Declaração da ONU diga que “Os povos indígenas têm direito à livre determinação”, os índios com formação ou em formação, são excluídos do processo demarcatório. Simplesmente ignorados pelos ‘donos dos índios’.


A MANIPULAÇÃO política é evidente, principalmente nos períodos eleitorais. Mesmo após a Constituição de 88 o problema continua longe de ser solucionado. Falta boa vontade do Governo, com índios morrendo e vivendo em degradação.


APELO Morando ainda na Aldeia Jaguapiru, com os pais e demais familiares, esse cidadão denuncia essa manipulação através destes ‘falsos protetores’ , que mais atrapalham do que ajudam. Wilson pede o expurgo deles o quanto antes.


A PROPÓSITO Entre a penúltima e a última visita do ministro da Justiça da Justiça ao nosso Estado, a questão da demarcatória não evoluiu. Pelo contrário: criou revolta dos fazendeiros ‘despejados’ e a desesperança de solução pelos indígenas.


O MINISTRO Cardozo decepcionou. Não só pelo desconhecimento das dimensões do problema, bem como pela forma como se portou. Lamentável aquela sua fala contra uma produtora rural. Ora! O cargo de ministro exige postura comedida.


OS DEPUTADOS estaduais acompanharam o episódio e os seus pronunciamentos na mostraram imensa preocupação. Até a atuação do Conselho Indigenista Missionário foi questionada pela deputada Mara Caseiro, que pode motivar inclusive uma CPI.


RESOLVE? Colocar militares – temporariamente – para policiar as regiões em conflito é medida paliativa. O show de imagens mostradas não é um indicativo seguro de que o Governo está no caminho certo para solução a curto prazo.


EM TEMPO Se todos são iguais, não se pode também discriminar o homem branco que ocupa a terra por força de documento que se pressupõe idôneo. Convenhamos: há uma orquestração incrível – de longa data - para demonizar o produtor rural.


ENFIM... o quadro é preocupante para todas partes envolvidas, com reflexos sociais e econômicos no Estado. Um Estado com a economia alicerçada na produção agrícola não pode conviver com essa situação inquietante. Todos nós perdemos.


MUDANÇAS A ‘janela partidária’, aprovada no Senado, deve refletir no cenário da capital. O jogo de interesses dos grandes partidos é enorme; na Câmara a sua aprovação ainda é duvidosa. Aqui, Marcos Trad é o grande interessado.


OS POLÍTICOS nunca ganharam tanto espaço na mídia como ultimamente. Se no cenário nacional eles estão presentes devido a ‘Lava Jato’, aqui a volta de Bernal e a Operação ‘Coffee Break’ tem sido o alvo das atenções da opinião pública.


AS APOSTAS nos desdobramentos destes casos na sucessão na capital e inclusive no pleito de 2018 são grandes. Há gente prevendo uma profunda renovação no quadro político, com a automática aposentadoria de lideranças antigas. É esperar.


A EXPOSIÇÃO de políticos na mídia em situações desconfortáveis faz estragos . Lembro o ex-ministro da Saúde Alceni Guerra acusado de compra irregular de bicicletas para agentes da saúde. Inocentado, não conseguiu se recuperar. Tarde demais.


O DEPUTADO Vander Loubet é um exemplo recente de político em desgaste pelas denúncias da Lava Jato. São duas vertentes: do direito – onde a defesa será feita na época oportuna; e de fato – com a influência imediata devido ao noticiário.


IGUAIS? Se levarmos em conta que a conduta irregular, aética não está restrita a esse ou aquele partido, seremos obrigados a concordar com a tese de que no fundo, todos os políticos seriam iguais. As exceções infelizmente não entram como referência.


AS PESQUISAS futuras em nível nacional devem mostrar que cresceu o contingente de eleitores incrédulos ou pelo menos indecisos. Apesar das dificuldades advindas pela votação eletrônica, a tendência é a opção pela anulação do voto.


O BRASIL sem retoques: inflação crescente, desemprego visível, a classe política desacreditada e um governo dúbio e desgastado. E o mais grave: estamos ainda no início de mandato. Para piorar, a oposição não se entende, não se junta.


“Hoje, em pleno século XXI, querem nos impor a pecha de bugres...”(Wilson M. da Silva – advogado indígena)