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Polícia Civil prende mulheres suspeitas de extorquir mais de R$ 400 mil de idoso

Fonte: Polícia Civil do Estado de Goiás

Por Redação  em 03 de setembro de 2020 - 08:40

Investigada suspeita de ostentar vida confortável com dinheiro da extorsão
Investigada suspeita de ostentar vida confortável com dinheiro da extorsão

A Polícia Civil de Goiás, por meio do Grupo Antissequestro (GAS), núcleo da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), realizou a prisão em flagrante, na última segunda-feira (31), de RFS, 24 anos, e ABS, de 55 anos. Elas são suspeitas de praticar o crime de extorsão e foram presas após um mês de investigação policial que apurou o delito contra um homem idoso de 72 anos.

A autora RFS conheceu a vítima em 2018, em um bar de Goiânia, quando iniciou com ele um relacionamento. Em outubro daquele ano, informou falsamente à vítima que estava grávida e que havia feito um aborto, de forma que precisava de dinheiro para custear o tratamento médico e, caso não fosse atendida, levaria a vítima às autoridades por ter consentido no fictício aborto. Amedrontada, a vítima começou a repassar constantemente dinheiro para RFS.

A fim de aumentar a intimidação, RFS teria criado um novo perfil de WhatsApp e se apresentado como sendo “Divino”, um fictício capitão da Polícia Militar que seria seu tio. As extorsões passaram a ser feitas então através deste número de “Divino”, cada vez mais violentas, com ameaças de morte caso a vítima não repassasse dinheiro para o pretenso tratamento médico.

Ao longo deste histórico, ABS, que é diarista de RFS, em 2019, também passou a fazer parte do esquema criminoso. Se apresentava como a pessoa que estava cuidando de RFS por conta do tratamento médico e teria passado a exigir dinheiro para custear o tratamento, sob pena de autorizar “Divino” a matar ou prender a vítima.

A extorsão permanente à vítima, por cerca de dois anos, passou a ser meio de vida de RFS, que não possui nenhum tipo de ocupação/trabalho. As mensagens de ameaças eram enviadas diariamente em busca de dinheiro, sendo os pagamentos feitos através de cheques, transferências bancárias, depósitos e em espécie. O dinheiro do golpe era utilizado para RFS manter uma vida confortável, em um apartamento em Goiânia, e foi utilizado em cirurgias plásticas, tratamentos cosméticos, compra de eletrônicos, celulares de última geração (IPhone 11 Pro Max, Apple Watch, IPad 7ª geração), bolsas e sapatos.

Também teria participado das extorsões CMMF, 38 anos, pessoa que mantinha um relacionamento com RFS e enviava mensagens de ameaça para a vítima, bem como recebia valores em sua conta.

As autoras foram presas no apartamento de RFS, no Setor Cândida de Morais, na capital, no momento em que extorquiam, mais uma vez, a vítima, exigindo dois cheques – um de R$ 7 mil e outro de R$ 4 mil. CMMF foi levado à Deic e interrogado. Porém, não foi preso por não se encontrar em situação de flagrante delito. As duas mulheres presas foram custodiadas na Delegacia Estadual de Capturas (Decap). A prisão em flagrante foi convertida em preventiva pelo Poder Judiciário após audiência de custódia. Com isso, as investigadas foram encaminhadas à Casa de Prisão Provisória (CPP).

Em análise do aparelho celular de RFS, foi possível observar que ela mantém diversos relacionamentos com homens geralmente mais velhos, sempre informando, em algum momento da conversa, que estava grávida, com o fim de posteriormente utilizar o fictício aborto como meio de extorsão. RFS é estudante de Direito.

A exibição da imagem dos investigados segue em atenção à Lei n.º 13.869 e Portaria n.º 02/2020 – PCGO, especialmente porque se trata do uso do crime como meio de vida, contumácia na atividade delitiva e visa o surgimento e identificação de novas vítimas.