Pesquisa traça perfil do jovem brasileiro

O jovem brasileiro quer chegar ao mercado de trabalho não apenas para garantir o sustento próprio, mas para desenvolver um aprendizado que o torne mais capacitado na profissão escolhida. Essa é uma das conclusões da pesquisa Juventude e Sociedade, um levantamento da situação dos jovens brasileiros realizado pelo Instituto Cidadania. De agosto de 2003 até maio deste ano foram ouvidos 3.501 jovens, de 15 a 24 anos de idade, sobre 22 temas, em áreas como Trabalho, Educação e Cultura.

Os principais pontos da pesquisa foram apresentados em seminário realizado ontem (13) e, de acordo com o cientista político Gustavo Venturi, constatam que as oportunidades de trabalho não atendem ao anseio da maioria dos jovens. São, em muitos casos, ofertas precárias. “Os que trabalham ou trabalharam estão muito desprotegidos, tendo de enfrentar longas jornadas com salários baixos. Ao invés de ajudar, isso prejudica a formação, pois alguns jovens deixam de estudar ou de ter qualquer outra atividade de aperfeiçoamento em função das condições de trabalho.”

Em junho, essa pesquisa foi apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Instituto Cidadania já desenvolveu trabalhos e pesquisas em outras áreas – um deles deu origem ao Programa Fome Zero, antes da posse do presidente. Com o objetivo de contribuir para a adoção de políticas públicas de combate às desigualdades sociais sofridas pelos jovens, o documento está sendo distribuído para autoridades, lideranças de entidades de classe e outros representantes da sociedade civil. A expectativa é alcançar, até agosto, um consenso sobre os resultados da pesquisa.