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Para Petrobras, Bolívia desvaloriza o gás
O diretor-financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, disse nesta quinta-feira que a Bolívia acaba por desvalorizar seu próprio gás com a decisão de nacionalizar as reservas de hidrocarbonetos.
"A medida em que a Bolívia coloca alguma dúvida sobre o suprimento de gás, seu produto perde valor no mercado. A dúvida desvaloriza o produto dela."
Após a Bolívia decretar a nacionalização das reservas e a transferência do controle das empresas do setor para o governo, várias multinacionais afirmaram que deixarão de realizar investimentos no país vizinho.
Sobre as negociações de preço para o fornecimento do gás ao Brasil, Barbassa disse que a postura da Petrobras com a Bolívia é de aplicar o que está no contrato e não aceitar aumento de preços.
O diretor da empresa brasileira também cogitou o GNL (gás natural liquefeito) como solução permanente para suprir uma parcela representativa de cerca de 14 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia às empresas e consumidores brasileiros.
"O GNL tende a crescer no mundo. É uma forma de fazer do gás o que o petróleo é hoje", disse Barbassa. Segundo ele, a Petrobras já estuda a construção de duas plantas para regaseificação do GNL no Brasil, que deverão demandar investimentos entre US$ 200 milhões e US$ 300 milhões.
Essas plantas deverão ser construídas no Nordeste e no Sudeste do país. Ele indicou que uma delas deverá ficar no Rio de Janeiro.
O produto pode ser importado de vários lugares do mundo, segundo ele. "Há várias fontes possíveis, como Nigéria, Trinidad e Tobago, Angola e Argélia", disse, sem detalhar quais seriam os impactos da importação desses países nos preços do gás consumido no Brasil.
O plano de negócios da Petrobras prevê investimentos em torno de US$ 16 bilhões na área de gás até 2010.
Além do GNL, a Petrobras aposta nas reservas da Bacia de Santos, que podem fornecer gás ao Brasil por várias décadas.
Folha Online