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Nova praga ataca eucaliptos em 6 municípios

Por Fernanda Mathias/Campo Grande News  em 01 de setembro de 2005 - 10:36

Divulgação

O eucalipto é uma das apostas do governo do Estado, que quer trazer a International Paper
Uma praga que tem sua origem na Austrália está comprometendo até 4% das plantações de eucalipto atingidas em Três Lagoas, Selvíria, Brasilândia, Águas Claras, Ribas do Rio Pardo e Ponta Porã e preocupa a SFA (Superintendência Federal de Agricultura), devido ao potencial de evolução. É o psilídeo-de-concha, conhecido como “cigarrinha” e que teria sido constatado pela primeira vez em Mato Grosso do Sul no ano passado, embora a comunicação e levantamento pela SFA só tenham ocorrido há dois meses.
O técnico da área responsável pelo controle da SFA, Humberto Preguelli, afirma que ainda não foi constatada uma explosão populacional da praga, mas os proprietários das áreas com eucalipto estão bastante apreensivos, considerando seu potencial de crescimento. Na Austrália, País de origem do psilídeo-de-concha, plantações chegaram a ser dizimadas.
A suspeita é que tenha entrado em Mato Grosso do Sul através de São Paulo, devido à importação de mudas para atender à demanda por eucalipto. Porém, afirma Preguelli, é apenas uma suspeita e a praga pode ter chegado por outros meios.
A praga atinge os ponteiros da planta, fica em uma altura de 15 a 20 metros o que impossibilita seu controle químico. Por isso está sendo desenvolvido em Botucatu, um sistema de controle através de inimigos naturais da cigarrinha, que são os parasitas. O controle deve ser trazido ao Mato Grosso do Sul em sistema de consórcio com reflorestadores, para conter a praga. “A evolução do quadro depende muito de fatores climáticos e da preferência da cigarrinha por algumas variedades”, explica o técnico.
O eucalipto é uma das grandes apostas do governo do Estado, a partir da perspectiva de a indústria de celulose International Paper instalar uma filial em Três Lagoas, investimento de US$ 1,5 bilhão.
A IP, que investe no município desde fim da década de 1980, já possui em Três Lagoas mais de 100 mil ha, excetuados outros 4 mil ha de empresas parceiras de reflorestamento, conforme dados da Secretaria de Indústria, Comércio e Ciência e Tecnologia do município. Até fim do ano, essa área deverá ser ampliada em mais 7 mil ha.