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Levantamento da Conab freia otimismo e prevê safra de soja menor em MS

O segundo boletim sobre acompanhamento da safra prevê forte crescimento do milho em 2019, mas aponta queda na produtividade da soja, cujo plantio está sendo finalizado

Por Campo Grande News  em 09 de novembro de 2018 - 14:30

O segundo levantamento da safra 2018/2019, feito em todo o país pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), contraria o prognóstico divulgado ontem (8) pelo IBGE e aponta queda na produção de soja em Mato Grosso do Sul.

Pelos números da Conab, o estado não deverá conseguir alcançar a meta de superar as 10 milhões de toneladas na safra que começa a ser colhida no final de janeiro do ano que vem. Na safra 2017/2018, MS colheu 9,6 milhões de toneladas.

No lançamento da safra atual, a Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja) traçou como meta superar 10 milhões de toneladas na colheita a ser feita ano que vem.

Entretanto, o prognóstico da Conab contraria essa estimativa. A companhia prevê aumento de 3% a 5,5% na área plantada, que deve ficar entre 2,7 milhões e 2,8 milhões de hectares. Entretanto, aponta produtividade 5,9% menor, passando de 3,5 mil quilos para 3,3 mil quilos por hectare na atual safra.

Se essa estimativa se concretizar, vai afetar a produção, que deve encolher de 0,8% a 3%, caindo de 9,6 milhões de toneladas da safra 2017/2018 para 9,5 milhões ou 9,3 milhões de toneladas.

De acordo com a Conab, em MS a expectativa de aumento de área decorre da aquisição de talhões onde não serão mais cultivadas cana-de-açúcar, além de áreas de pastagem. As precipitações frequentes no início do plantio atrapalharam a semeadura e outros trabalhos de campo, porém o plantio está adiantado na maioria dos municípios.

Até o final de outubro, 80% da área total cultivada no estado já havia sido plantada, onde 10% estava em germinação e 90% em desenvolvimento vegetativo.

Nos municípios da macrorregião sudoeste ocorreram casos pontuais de necessidade de replantio devido ao encharcamento de solo, chuva de granizo e aprofundamento de sementes, totalizando área de mil hectares.

“Em relação a pragas e doenças, algumas áreas têm apresentado ataques de bicudo da soja em plântulas e alguns casos de requeima, que prevalece principalmente nos cultivos da oleaginosa quando ocorrem chuvas frequentes após a semeadura, podendo causar a deterioração das sementes e o tombamento das plântulas”, afirma o boletim da Conab.

Custos – Segundo a Conab, com a elevação da cotação do dólar a partir de abril, o impacto maior no aumento dos insumos foi causado a produtores que deixaram para comprar seus insumos próximos do plantio. Pequenos agricultores da agricultura familiar também sentiram os efeitos e reduziram a quantidade de adubo.

“A tecnologia aplicada ao cultivo se manteve em relação à safra de soja passada, mesmo diante da elevação dos custos dos insumos. A soja é a principal cultura do estado, portanto os produtores sempre buscam a melhor tecnologia de cultivo”, diz o relatório.

Milho – Além de prever aumento na produção de milho segunda safra, a ser plantado em 2019, a Conab aponta crescimento no cultivo do milho primeira safra. “Em Mato Grosso do Sul há a expectativa de aumento da área plantada, em razão dos bons preços praticados no mercado interno”, aponta a companhia.

Como o milho compete por área com a soja, o cultivo em primeira safra é bastante reduzido em comparação à segunda safra, restringindo a alguns municípios onde produtores semeiam o cereal para consumo próprio e para atender granjas, confinamentos e pequenas fábricas de rações.

Mesmo concorrendo com a soja, a área plantada deve crescer até 35%, passando de 15,5 mil hectares para 20,9 mil hectares. A produção, que foi de 142,8 mil toneladas na safra anterior, pode chegar a 190,6 mil toneladas, aumento de 33,5%.

Segunda safra – Após a quebra de 25% na produção em 2018, a Conab estima aumento de 38% na produção de milho segunda safra em Mato Grosso do Sul, saltando das 6,3 milhões de toneladas para 8,7 milhões de toneladas.

A área plantada deve se manter em 1,7 milhão de hectares, mas a produtividade deve crescer 38,5%, chegando a 5,1 mil quilos por hectare contra 3,6 mil na safra colhida em 2018, afetada pela falta de chuva no período de plantio.