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Goleiro santista pode ser convocado para depor
O goleiro Fábio Costa, do Santos, poderá ser chamado para prestar depoimento no inquérito que investiga a morte de Ana Cláudia Silva e Melo, de 18 anos, pelo ex-marido Janken Ferraz, de 28, segundo a delegada Flavia Maria Rocha Rollo, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O crime aconteceu na noite de domingo (22) no apartamento da vítima, no Jardim da Saúde, na Zona Sul da capital paulista.
De acordo com a delegada, que deu entrevista na sexta-feira (27), Janken, depois de cometer o crime, levou o celular da ex-mulher ao sair do apartamento porque desconfiava que ela mantinha relacionamentos com vários jogadores.
Ele disse que queria vasculhar o aparelho, ver as mensagens que ela estava recebendo e de quem eram as mensagens, disse. A delegada disse que recebeu o celular de Ana Cláudia na quinta-feira e que este será periciado.
Não sei quantas mensagens há nele, não sei qual o teor das mensagens e nem sei se há mensagens no aparelho. Vou esperar o laudo da perícia, disse Flávia Rollo. Dependendo do conteúdo das mensagens, a delegada admitiu, inclusive, que Fábio Costa poderá ser convocado para depor sobre sua relação com Ana Claudia. Possivelmente, vou convocá-lo, disse.
Em entrevista nesta semana ao lado da mulher, Mônica, o goleiro disse que não tinha relacionamento amoroso com Ana Cláudia e que ela teria ligado pra ele pedindo quatro ingressos para o clássico. Fábio Costa disse que conseguiu os ingressos e pediu para um segurança entregar. "Ela me ligou, pediu ingressos do jogo com o Corinthians. Não me diz respeito a situação dela com o Janken."
Portão 23
Em seu depoimento, que durou das 23h30 de quinta às 5h10 de sexta-feira, Janken Ferraz descreveu à polícia o seu relacionamento com Ana Paula desde o início e deu detalhes de como transcorreu todo o domingo, dia do crime. Segundo ele, há seis meses Ana Claudia decidiu retornar para São Paulo com o filho do casal.
Ao chegar à capital paulista para tentar reatar o relacionamento, Janken disse que a ex-namorada já havia obtido na Justiça a guarda do menino de 1 ano e 8 meses. Desta forma, ele também teve que entrar na Justiça para poder visitá-lo. Em fevereiro, ele conseguiu autorização para ver a criança.
A primeira visita ocorreu no dia 8 de fevereiro. A segunda, no dia 15 de março. E a terceira, no fatídico domingo. Para a delegada, Janken contou que teria feito sexo com Ana Claudia na manhã do útimo dia 22, dando-lhe esperanças de que pudessem retomar o relacionamento.
Janken relatou que já na porta do estádio do Pacaembu, onde foi realizado o clássico entre Corinthians e Santos, não gostou de ver a ex-mulher receber ingressos gratuitos de uma pessoa com o uniforme santista e entrar pelo portão 23, exclusivo para jogadores, depois de trocar uma serie de ligações pelo celular. Ele não gostou do que aconteceu no jogo de futebol, disse a delegada.
Quieta no chão
Já à noite, no apartamento de Ana Claudia, o casal voltou a discutir, segundo o depoimento de Janken. No meio da discussão, a vitima teria recebido um telefonema e se dirigiu a cozinha para atender. O ex-jogador contou, então, que teria ouvido a ex-namorada dizer em voz baixa: Oi amor, cheguei! Não deu para a gente se encontrar. Em seguida, ela teria se desculpado porque não pôde encontrar com o seu interlocutor naquele dia, pois o pai do filho dela estava na casa dela, segundo a delegada.
Ao ouvi-la conversando no celular, Janken teria arrancado o aparelho da mão dela e a derrubado, dando início a mais discussão. Já de pé, segundo a versão do ex-marido, ela pegou uma faca para agredi-lo. Segundo a delegada, o ex-jogador disse que foi ferido na mão ao tentar se defender.
Ele sabe que pegou a faca, que deu o primeiro golpe e só conseguiu raciocinar depois de alguns segundos, depois que ela já estava quieta no chão. Em seguida, ele disse que pensou no filho e foi até o quarto vê-lo, contou a delegada.
Segundo ela, Janken disse que teria chegado a ligar para o 190, da Polícia Militar, depois do crime. E deixou o apartamento em seguida, após se limpar e trocar a camisa.
A delegada disse que Janken foi indiciado por homicídio doloso duplamente qualificado, por motivo fútil e sem chance de defesa, por furto (do celular) e subtração de incapaz (sequestro do próprio filho). Ele está bastante abalado. Creio que não caiu a ficha dele ainda. Mas não me interessa muito quem pegou a faca ou não, haja visto a discrepância das lesões, finalizou.