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FMI diz que, sem reformas, Brasil crescerá pouco

em 30 de novembro de 2006 - 13:28

O crescimento do Brasil depende de uma série de mudanças que passam pela contenção dos gastos da previdência social e pela redução dos gastos obrigatórios, como os feitos com educação e saúde. Essa é a avaliação de Tereza Ter-Minassian, diretora do departamento fiscal do FMI (Fundo Monetário Internacional). "O Brasil está em um momento de decisão. A manutenção do equilíbrio macroeconômico e reformas estruturais permitirão um crescimento sustentável. A falta de reformas condenaria o país a taxas de crescimento anêmicas e a cobrança social", disse a diretora.

Entre outras reformas defendidas por Tereza, está a unificação da cobrança dos impostos estaduais para evitar a guerra fiscal, o aumento da DRU (Desvinculação das Receitas da União), hoje em 20% do orçamento, e a melhora da qualidade dos gastos sociais.

Para ela, é importante também aumentar o investimento em infra-estrutura. A diretora do FMI defende que a condução da política fiscal tenha como objetivo principal a redução da relação entre dívida líquida e PIB (Produto Interno Bruto) --que atualmente é de 49,5%. Isso permitiria a redução da taxa de juros real.

Tereza destacou que o Brasil possui indicadores de inflação melhores do que os de outros países em desenvolvimento, como China e Rússia. No entanto, o crescimento da economia está muito aquém do registrado por outros emergentes.

A diretora chamou atenção para os êxitos da economia brasileira nos últimos dez anos: a estabilidade econômica, a opção por uma política de câmbio flutuante, a redução do endividamento externo, a redução do nível de desigualdade, e um superávit primário acima de 3% há sete anos.




Folha Online