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Expansão agrícola não ameaça a Amazônia ou os cerrados

Por Mapa Imprensa  em 17 de setembro de 2004 - 08:51

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, disse ontem09), durante o programa “Bom Dia Brasil”, que a expansão da agricultura brasileira não significa uma ameaça à Amazônia nem aos Cerrados. Segundo ele, o avanço da agricultura tem sido feito de maneira sustentável, sem agredir aos diversos ecossistemas brasileiros.

“O Brasil tem hoje 62 milhões de hectares cultivados. E tem cerca de 200 milhões de hectares com pastagens já ocupadas. Portanto, não tem que derrubar Cerrado, Amazônia, nem coisa nenhuma. Há a informação de que, com o formidável progresso da pecuária de corte brasileira, teremos mais produção de carne em menos área de pasto”, explicou.

Rodrigues lembrou o avanço da pecuária brasileira. “Nos próximos 15 anos, cerca de 30 milhões de hectares hoje ocupados por pastagens serão destinados à produção agrícola. Isso acontecerá particularmente nas regiões onde a terra é mais cara e é preciso ter mais renda do que a pecuária tem permitido - em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná. Nesses estados, haverá o crescimento da fronteira agrícola em áreas de pastagens degradadas. Não há, portanto, nenhuma ameaça a avanço, sobretudo em relação à Amazônia”.

Logística - O ministro Rodrigues expôs a preocupação do governo em relação ao escoamento da atual safra. Segundo ele, o governo já tomou precauções para amenizar o problema. “Duas decisões importantes foram tomadas: estamos reformando 7,5 mil km de rodovias, segundo prioridade estabelecida pelo Ministério dos Transportes. E há um firme programa de mudanças e reformas nos portos brasileiros, onde R$ 62 milhões serão investidos imediatamente, além dos recursos do Orçamento, para melhorar os 11 principais portos do país. Estamos, portanto, cuidando da questão da logística, que é muito séria”.

O ministro disse ainda que o plantio de organismos geneticamente modificados deve reduzir o custo da produção agrícola, melhorar a renda do produtor e reduzir o impacto ambiental. “As estatísticas existentes hoje mostram que o transgênico tem uma redução de 20% no custo de produção. Essa redução tem uma vantagem ambiental porque é fundamentalmente baseada no uso de menos defensivos agrícolas”.

Rodrigues afirmou que os OGMs têm tido cada vez mais aceitação internacional. “A questão é que o mundo todo hoje vai se abrindo para o comércio de transgênicos”, disse. Segundo ele, o uso para ração animal já é amplamente aceito fora do Brasil, como, por exemplo, na União Européia. Ele disse também que aprovação da nova Lei de Biossegurança é um sinal de apoio do governo aos produtores. “Estamos num ano que todos os custos estão subindo, todos os custos. E os preços agrícolas estão caindo em todo o mundo. Portanto, a liberação dos transgênicos é uma visão clara do governo de apoio aos produtores”.