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Ex-assessor de Renan reclama de demissão sem defesa

Por Priscilla Mazenotti /ABr  em 17 de outubro de 2007 - 16:05

Brasília - O ex-assessor especial da Presidência do Senado Francisco Escórcio esteve hoje (17) na Casa e falou sobre a acusação de ter tentando espionar dois senadores à mando do presidente licenciado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Ele voltou a negar a denúncia, disse que tudo não passa de "armação política" e reclamou que foi demitido sem ter "o foro especial" para se defender.

Em reportagem publicada na revista Veja, Francisco Escórcio, ex-senador pelo PMDB do Maranhão, é acusado de ter ido ao hangar de Pedro Abrão em Goiânia com a proposta de instalar câmeras de vigilância para filmar os senadores Marconi Perillo (PSDB-GO) e Demóstenes Torres (DEM-GO) em possíveis atividades impróprias, como pegando carona em aviões particulares.

Escórcio disse que esteve em Goiânia para tratar de vários assuntos, entre eles, o de uma decisão judicial que teria sido divulgada contra a construtora da qual seria proprietário. "Não fui em hangar. Fui com o meu carro, às minhas custas. Não estive com o senador Renan Calheiros", afirmou. "Não fui bisbilhotar ninguém."

O ex-assessor especial da Presidência do Senado contou que esteve ontem na residência de Renan Calheiros para "agradecer a confiança". "Em momento algum extrapolei aquilo que deveria fazer dentro das minhas funções de assessor especial da Presidência do Senado Federal."

O PSDB e o DEM protocolaram no dia 9 de outubro na Mesa Diretora do Senado uma representação contra Renan Calheiros por quebra de decoro parlamentar a partir das acusações divulgadas pela revista Veja sobre a atuação de Francisco Escórcio.

Na representação, os partidos afirmam que Renan estava se valendo de suas prerrogativas para "montar um esquema de espionagem sobre senadores da República, com nítida intenção de chantageá-los".

No mesmo dia em que o PSDB e o DEM apresentaram a representação, Renan afastou Escórcio da função de assessor e pediu a abertura de um sindicância.

"Jamais um servidor de carreira do Senado, que fez sua vida aqui e cujo futuro dele e da família está aqui, iria se prestar a um papel indigno e ilegal como o que foi relatado", defendeu o presidente licenciado do Senado. No dia 11 de outubro, ao pedir licença do cargo por 45 dias, Renan Calheiros negou ter encomendado a espionagem.