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Estudo da renegociação divide governadores do Codesul
Durante reunião dos governadores do Codesul, o diretor de Governo do Banco do Brasil, Sérgio Ricardo Miranda Nazaré, apresentou aos governadores um estudo em que as dívidas dos Estados poderiam ser renegociadas através de juros fixos, a serem quitadas no prazo de 20 a 30 anos. A proposta agradou os governadores André Puccinelli (PMDB-MS) e Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC), mas foi duramente criticada por Roberto Requião (PMDB-PR).
Puccinelli, que presidiu o encontro, afirmou que o estudo do Banco do Brasil é um passo importante diante da insensibilidade do Tesouro Nacional, que não aceita renegociar as dívidas. O Tesouro é o entrave do desenvolvimento do Brasil, afirmou. O Tesouro Nacional te trata com a maior gentileza, mas é sempre não, não e não, afirmou.
O estudo mostra que as dívidas dos estados seriam reduzidas com a renegociação e sobrariam mais recursos para investimentos. Mato Grosso do Sul precisa de rodovia, ferrovia e portos, afirmou o governador sul-mato-grossense.
Já Luiz Henrique da Silveira afirmou que os estados deverão aderir à renegociação nos moldes do estudo que está sendo feito pelo Banco do Brasil. Não vejo alternativa, afirmou.
Voz destoante O governador do Paraná, Roberto Requião, afirmou que a taxa fixa apresentadas no estudo, de 10,5% ao ano, é muito alta, embora seja menor do que a que vem sendo paga pelos Estados. Nós estamos festejando juros de 10% ao ano quando a dos Estados Unidos é de 2%, criticou.
Ele disse também que a renegociação culminaria na securitização (consolidação) de uma dívida que não existe, já que o valor estimado seria irreal. Requião disse ainda que a prolongação do pagamento das dívidas pode comprometer o futuro de todo o país. O Estado não termina em nossas administrações, disse.
A dívida do Paraná é de R$ 9 bilhões; Santa Catarina deve R$ 8,6 bilhões e Mato Grosso do Sul R$ 5,7 bilhões. Os três governadores (Luiz Henrique, Puccinelli e Requião) participam do encontro do Codesul no Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo, em Campo Grande. A governadora Yeda Crusius (PSDB-RS) não veio a Mato Grosso do Sul.