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Discussão sobre troca de extintor será ampliada
Os integrantes da Comissão de Defesa do Consumidor conferiram nesta manhã os extintores de incêndio utilizados nos automóveis brasileiros, mas ainda não estão decididos sobre a substituição proposta pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran).
Depois de acompanhar testes realizados pelo Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, o presidente da Comissão, deputado Luiz Antônio Fleury (PTB-SP), anunciou que o assunto será mais amplamente discutido. Os parlamentares esperam agora um laudo detalhado dos testes para debater a substituição imposta pelo Contran em audiência pública na próxima terça-feira (19).
Diferenças
A Resolução 157 do Contran estabelece prazo até o fim de 2009 para que os motoristas substituam os extintores do tipo "BC" - utilizados em carros fabricados antes de 2005 - pelos do tipo "ABC". Os testes realizados demonstraram que o modelo sugerido pelo Contran é mais rápido que o modelo antigo. Em um dos experimentos, o extintor "BC" apagou o fogo ateado em um banco de automóvel, mas o conteúdo do tubo foi totalmente consumido. Já o ABC precisou de apenas um jato para apagar chamas semelhantes.
De acordo com o presidente do Contran, Ailton Pires, o extintor "ABC" é mais eficiente. "Com o novo extintor, nós temos condições de apagar todas as origens de incêndio, seja papel, tecido, madeira, plástico, combustível ou ainda na parte elétrica", explicou.
A diferença entre os dois modelos é que o "ABC", feito de fosfato monoamônico (um tipo de fertilizante agrícola), também apaga os incêndios do tipo "A", de materiais sólidos, tais como revestimentos, estofamentos, pneus e painéis. O extintor "BC", feito de bicarbonato de sódio, apaga os princípios de incêndio a partir de líquidos inflamáveis (tipo "B"), como combustíveis, e os formados a partir de corrente elétrica (tipo "C").
Troca facultativa
Na opinião de Fleury, se os dois tipos de extintores funcionam, a troca não deveria ser obrigatória, mas facultativa. Ele lembrou que o custo dos novos extintores chega a ser quatro vezes maior que o do atual. Um extintor do novo padrão custa hoje cerca de R$ 60 e tem validade de cinco anos. O extintor "BC", por sua vez, custa em torno de R$ 30 e vale por três anos. Um e outro só podem ser utilizados se tiverem o selo do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro).
Reportagem - Geórgia Moraes e Carolina Nogueira
Edição - Noéli Nobre