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Delcídio diz que é hora de ficar quieto e aguardar

Por Cadu Bortolotto  em 14 de abril de 2005 - 08:17

Ao analisar o atual quadro político de Mato Grosso do Sul, o senador Delcídio do Amaral (PT) disse nesta quarta-feira, em entrevista ao programa Tribuna Livre, da rádio FM Capital, que o momento é de cuidar do processo de escolha do novo presidente do Diretório Regional do PT, continuar as conversações com as principais lideranças dos partidos aliados e aguardar a definição das regras que vão balizar as eleições de 2006.

- Pesquisa, neste momento, não é prioridade para mim. É hora de ficar quieto, lá atrás, para arrancar na reta final. Estamos a um ano e meio das eleições do ano que vem e qualquer número divulgado agora não refletirá a realidade que teremos em 2006. Nessa mesma época, em 2001, eu nem era candidato pelo PT ao Senado. Meses mais tarde, com a definição das candidaturas, eu aparecia em último lugar, com praticamente zero nas pesquisas.Com o desenrolar do processo eleitoral em 2002, eu fui subindo na preferência do eleitorado e me elegi senador, disputando com nomes de peso e tradição na política sul-mato-grossense como o do ex-governador Pedro Pedrossian – lembrou Delcídio.

Para o senador, a consolidação de candidaturas ao governo do estado em 2006 passa também por questões complexas como a Reforma Política, em discussão no Congresso Nacional, e a manutenção, ou não, da verticalização, que obriga a repetição nos estados das mesmas alianças que vierem a ser feitas em nível nacional.

- Precisamos fazer, até setembro, a reforma na lei eleitoral, onde serão tratados temas como o financiamento público das campanhas, as cláusulas de barreira e a fidelidade partidária, sob pena de manter a atual legislação, que se mostrou inadequada. Além disso, tem a questão da verticalização, fundamental na formação das alianças partidárias.Até bem pouco tempo eu acreditava que a verticalização cairia, facilitando as coligações nos estados, mas hoje eu não tenho tanta certeza. As forças no Congresso estão divididas em relação a esse assunto – afirmou o senador.

Perguntado se o senador Juvêncio César da Fonseca, do PDT, seria candidato a vice em uma chapa encabeçada pelo PT, Delcídio disse que essa definição também depende da manutenção , ou não, da verticalização, das negociações com os partidos aliados e da vontade do parlamentar pedetista.

- Qualquer que seja o nome cogitado agora não passa de mera especulação. Temos ótimas opções nos partidos aliados, como o do senador Juvêncio César da Fonseca, que foi vereador, prefeito de Campo Grande por dois mandatos, e goza de imenso prestígio em Mato Grosso do Sul e no Congresso Nacional. Temos também o presidente do PDT, João Leite Schmidt, um homem experiente, que foi parlamentar, conselheiro do Tribunal de Contas, e é um tarimbado articulador político. Sem falar no deputado Londres Machado, do PL, um tremendo nome, de liderança incontestável, com excelentes serviços prestados ao estado. Portanto, o quadro é amplo. O que falta é definir as regras do jogo – ponderou o senador.











EMPREGO AOS 40 ANOS



Na entrevista ao Tribuna Livre, Delcídio explicou que pediu vistas ao projeto que concede incentivos fiscais as empresas que mantiverem em seus quadros trabalhadores com mais de 40 anos, para introduzir sugestões que vão facilitar a sua aceitação em plenário.

- A proposta do senador Jefferson Perrez (PDT/AM) é muito boa. Ela prevê a concessão de descontos de até 25% no pagamento de impostos para as empresas que mantiverem em seus quadros pelo menos 30 % dos trabalhadores com mais de 40 anos de idade. Isso é fundamental pois um país em crescimento como o nosso, que não pode prescindir dessa mão-de-obra altamente qualificada. Um profissional nessa idade está no auge da carreira e tem muito a contribuir com a empresa e o Brasil. Além disso, a medicina evoluiu muito nos últimos anos, a longevidade aumentou e um homem de 40 anos está em plena forma física e mental para continuar trabalhando.Vamos negociar esse projeto com os diferentes setores do governo, para que ele possa ser aprovado no Congresso sem sobressaltos. Sou um homem prático.Não adianta aprovar simplesmente um projeto se não tivermos condições de implantá-lo – concluiu Delcídio.