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Custo de vida em São Paulo sobe 6,11% em 2008

Por Vinicius Konchinski , ABr  em 08 de janeiro de 2009 - 15:37

São Paulo - O custo de vida na cidade de São Paulo aumentou 6,11% em 2008, registrando o maior crescimento desde 2004. De acordo com o relatório do Índice de Custo de Vida (ICV), divulgado hoje (8) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a alta foi causada principalmente pela inflação dos alimentos e prejudicou mais a população de baixa renda.

Segundo o Dieese, para famílias com renda média mensal de R$ 377,49, por exemplo, o custo de vida aumentou 6,75% no ano. Já para famílias com renda média de R$ 934,17, o aumento foi de 6,16; e para famílias com renda média de R$ 2.792,90, de 5,92%.

“A população de baixa renda é a mais afetada pela inflação dos alimentos”, afirmou a coordenadora do ICV, Cornélia Nogueira Porto, em entrevista à Agência Brasil. “Em 2008, a alta dos alimentos foi grande, devido ao aumento mundial do preços das commodities, como soja, milho, trigo, por exemplo.”

O item alimentação foi o que apresentou a maior variação entre todos incluídos no ICV. No ano, a alta acumulada foi de 9,90%. Só o arroz, por exemplo, subiu 33,56% em 2008. Legumes, em geral, subiram 27,90% e carnes, 21,74%.

O grupo habitação também teve peso decisivo no aumento do custo de vida em São Paulo, seguido pelo de despesas pessoais. O item habitação subiu 7,65% – 6 pontos percentuais acima da alta de 2007. “Com certeza, se o custo da habitação não tivesse subido tanto, teríamos um ICV semelhante ao de 2007”, disse Cornélia.

Ainda segundo o relatório, o item equipamentos domésticos registrou deflação de 1,38% neste ano, e a educação subiu 1,03 ponto percentual a menos do que em 2007. Mesmo assim, o ICV de 2008 foi 1,31 ponto percentual maior do que o do ano anterior.

Nem a queda do índice em dezembro conteve a alta. No último mês de 2008, o ICV caiu 0,43 ponto percentual e fechou em 0,10%. O item alimentação, por exemplo, registrou deflação de 0,20%.

Cornélia afirmou, contudo, que os resultados do fim do ano apontam uma tendência de redução do ICV para 2009. Devido às grandes altas e baixas de preços em 2008, ela preferiu não fazer previsão para este ano, mas disse que o custo de vida tende a ser menor: “É capaz até de termos deflação.”