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Covid-19: cresce número de mortos fora do grupo de risco no Brasil

Dados enfraquecem tese de que isolamento vertical seria suficiente para conter pandemia

Por Midiamax  em 13 de abril de 2020 - 11:20

Covid-19: cresce número de mortos fora do grupo de risco no Brasil

O número de pessoas fora do grupo de risco – jovens ou que não apresentavam doenças crônicas preexistentes – que morreram por coronavírus no Brasil aumentou consideravelmente nas últimas duas semanas. De acordo com dados do Ministério do Trabalho, a proporção de mortos com menos de 60 anos saiu de 11% no dia 27 de março e chegou a 25% no sábado (11). Os mortos que não apresentavam doenças preexistentes (comorbidades) saíram de 15% do total para 26%. Os dados reforçam a tese de profissionais da saúde de que um isolamento vertical – só de idosos, por exemplo – não é eficaz para conter o avanço da epidemia, como sugere o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Com esses dados o país traça um padrão diferente de nações como a Espanha, um dos mais atingidos da Europa, com cerca de 169 mil infectados. No Brasil, a proporção de pessoas abaixo dos 60 anos de idade que morreram pela Covid-19 é mais de cinco vezes maior que a registrada na Espanha (4,6%).

Segundo boletim divulgado nesse domingo (12) pelo Ministério da Saúde, o número de pessoas diagnosticadas com o novo coronavírus no Brasil subiu para 22.169. Foram registrados até ontem 1.223 óbitos. O balanço de sábado contabilizava 20.727 contaminações e 1.124 mortes.

No Mato Grosso do Sul, a maioria dos 101 pacientes contaminados pelo novo coronavírus possui idade entre 30 e 49 anos. É o que aponta o boletim epidemiológico divulgado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) no domingo, na transmissão diária feita pelo Governo do Estado.

No perfil dos pacientes, 51,5% possuem essa faixa etária – sendo 29,7% com idades entre 30 e 39 anos e outros 21,8% de 40 a 49 anos. A terceira maior faixa de contaminação está no grupo de risco acima de 60 anos, que em MS abrange 16,8% dos contaminados.

Na sequência estão pessoas de 20 a 29 anos (15,8%), seguidas de 50 a 59 anos (11,9%), de 10 a 19 anos (3%) e de zero a 9 anos (1%). Entre as mulheres a taxa de contaminação também é maior, correspondendo a 55% entre todos os casos confirmados até o momento.