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Cientista detecta mudança que ocorre no cérebro antes do surgimento do Alzheimer
As pessoas devem fazer o exame de detecção, caso tenham medo de estar com a doença, mas não apresentem os sintomas?
Se alguém está sofrendo sérios sintomas de perda cognitiva ou demência, a avaliação por um médico é muito importante até para buscar outras possíveis causas para o problema, que poderiam ser tratadas. Mas, se não apresentam sintomas, não há razão para se submeter ao PET scan. Nós ainda não temos tratamentos efetivos para oferecer a elas, e o teste não pode dizer precisamente quem terá Alzheimer e quem não terá. De fato, a Associação de Alzheimer e a Sociedade de Medicina Nuclear e Imagem Molecular (dos EUA) recomendam que pessoas sem sintomas não façam o teste. Isso porque, se você faz o teste em pessoas que estão com 70 e poucos anos, sem problemas cognitivos, em cerca de um terço delas, o exame vai acusar a presença de placas amiloides. O problema é: não podemos dizer com certeza qual desenvolverá os sintomas da doença. Há um corpo crescente de evidências sugerindo que, se você tem amiloides no cérebro, você tem um risco maior de desenvolver o Alzheimer nos próximos 15 a 20 anos. Mas não podemos dizer quem está em risco maior. Algumas pessoas com placas jamais terão Alzheimer. Uma razão melhor para não fazer o exame nesse momento é que ainda não temos nada para retardar a progressão do Alzheimer.
No caso de os sintomas já terem se manifestado, o teste é útil?
Para pessoas que têm sintomas de declínio cognitivo significativo, especialmente nos casos em que é difícil para os médicos chegar a um diagnóstico, os exames de imagem podem ajudar a chegar ao Alzheimer. Mas, mesmo quando o resultado é positivo, isso não diz definitivamente que é Alzheimer. Os resultados podem apenas sugerir. É claro que o PET scan que detecta a amiloide e a proteína tau é um avanço incrível e que será bastante útil. Mas quero deixar claro que diagnosticar o Alzheimer não é uma simples questão de detectar essas proteínas. As placas amiloides começam a aparecer em algumas pessoas aos 60 anos, e a probabilidade de encontrá-las aumenta com a idade. Aos 75, há cerca de 30% de chances de se encontrar as placas. Quanto à proteína tau, quando as pessoas estão na casa dos 50, começamos a ver os emaranhados se formando numa parte do cérebro chamada hipocampo, que é associada à memória. Quando as pessoas chegam a 80 e 90, quase todo mundo tem esses emaranhados. Você pode apresentar essa característica e não ter demência. É quando os emaranhados se espalham para outras partes do cérebro que os sinais aparecem. Nós achamos que o Alzheimer ocorre quando as placas amiloides estão presentes e os emaranhados da proteína tau se espalharam para fora do hipocampo. Achamos que é isso que define o Alzheimer. O desenvolvimento desse processo poderá levar de 15 a 20 anos, ou mais