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Cantora vê profissionalização da música religiosa
Com mais de 30 anos de dedicação a música Católica, a cantora Adriana Arydes vê tremenda evolução no segmento, que ela considera ser uma missão responsável por evangelizar e arrebanhar muitos católicos.
Canto desde os 7 anos e a gente vê de lá para cá uma tremenda evolução, diz.
Adriana teve o primeiro contato com a música cantando nas missas e hoje faz show por todo Brasil e já participou de turnês em outros países. É considerada uma das principais vozes feminina da música Católica, com 8 CDs e 1 DVD.
O motivo do crescimento no setor, ela avalia, é o profissionalismo da música, que já não é mais vista com papel restrito e tradicional dentro das missas ou celebrações religiosas, feitas na maioria das vezes pelos ditos cantores de fim de semana.
A música vem sendo bem feita, com mais profissionalismo, mas sem esquecer o porquê de estarmos aqui: é uma missão, mas que precisa ser bem feita, com bons profissionais, qualidade e produção, frisa.
Ela lembra que o \"investimento\" no segmento, inicialmente, foi mais explorado na música cristã das igrejas Evangélicas e, com isso, explica também as comparações frequentes sobre os artistas cristãos. Comentavam que a música Evangélica estava a frente justamente nesse sentido, profissional, e não na palavra de Deus, na unção. Faltava o profissionalismo para a música Católica
Exemplo da atenção maior voltada para o segmento é o aumento desse tipo de show em Campo Grande, como também a própria trajetória de apresentações da Adriana na Capital.
Pela terceira vez na cidade, essa foi a primeira vez se apresentou fora dos palcos dos salões de igrejas. A cantora lotou o teatro Glauce Rocha, na noite de ontem, para apresentação de show oracional, organizado pela Paróquia São José.
Missão - Além do investimento na música, a cantora ressalta que o comprometimento dos próprios cantores também contribuiu para o crescimento.
Os cantores estão mais comprometidos com a missão e a Igreja percebe isso, abrindo as portas, frisa.
Mas para Adriana a carreira de um músico religioso precisa se diferenciar de um secular (nome dado as músicas que não são gospel), principalmente no que se refere a proximidade com o público.
Existe um certo marketing do artista secular em criar uma mística de que ele é intocável, um distanciamento do público, enquanto nós fazemos quase um contramarketing porque o objetivo é justamente mostrar que não somos diferentes de ninguém e estamos ali buscando o mesmo Deus, diz.
Em época de auge da música religiosa, com artistas vendendo milhares de produtos e sendo chamados de astros do gospel, a cantora diz que prefere não ser tratada como uma artista. As pessoas não podem me enxergar como uma artista, uma pessoa de outro mundo, diz.
Letras - Mais do que a voz ou o carisma do artista, as letras das músicas religiosas são muitas vezes as responsáveis por cativar seguidores.
Adriana também frisa que a responsabilidade é maior porque eu canto aquilo que vivo, as músicas traduzem muitas experiências da minha vida.
No último CD, Coisas que vivi, a cantora dedica o trabalho ao filho que perdeu no terceiro mês de gestação. As músicas são marcadas pelas experiências que Adriana viveu, sofreu e superou nos últimos anos.
Mas na missão de traduzir os momentos difíceis e de alegria em letras, ela conta com parceiros de peso, sendo um dos principais o Padre Fábio de Melo.
Ele é uma pessoa que traduz muito bem as nossas dores e as transforma em poesias, diz.
A principal música escrita pelo padre para a cantora é Humano amor de Deus, que segundo Adriana traduz um momento de perda e escolhas que precisei fazer, no ano de 2004.
Quando o meu sonho vi desmoronar, me trouxeste outros pra recomeçar, diz a letra.