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Câncer: Acompanhamento nutricional auxilia o tratamento

Por Agência Notisa  em 16 de setembro de 2005 - 08:40

Segundo a nutricionista do INCA-RJ Cristiane Fonseca de Almeida, medida é fundamental identificar os riscos nutricionais dos pacientes com câncer. Além da desnutrição e da obesidade, acompanhamento pode auxiliar o tratamento da enterite actínica.



A desnutrição tem uma alta incidência nos pacientes com câncer, atingindo de 30% a 80% dos casos. Esse grupo apresenta pior resposta ao tratamento oncológico, baixa tolerância á quimioterapia e radioterapia, alta morbi-mortalidade, além de uma piora sensível na qualidade de vida. Não por acaso, o assunto foi tema de palestra hoje durante a 3ª Jornada de Ginecologia Oncológica, realizada pelo INCA no Rio de Janeiro. “Além de identificar o paciente desnutrido, é fundamental identificar aqueles com risco nutricional”, defendeu Cristiane Fonseca de Almeida, nutricionista do INCA-RJ.



Convidada para relatar sua experiência na instituição, Cristiane explicou primeiramente que a intervenção nos pacientes já desnutridos e naqueles com alto risco nutricional é muito parecida. Nesses casos, continuou, o principal é orientar o paciente a adotar uma dieta hipercalórica e monitorar o estado nutricional do paciente, além de outras medidas auxiliares. Cristiane chamou a atenção também para os casos de pacientes obesos. Segundo ela, é comum ocorrer um atraso no início do tratamento desse grupo. O médico pode ainda ser obrigado a abrir mão dos tratamentos de primeira escolha em função da situação do paciente. “Em casos de paciente muito obesos, o aparelho de radioterapia não suporta o peso”, afirmou. Cristiane disse que, nesses casos, deve-se optar por uma dieta, rica principalmente em fibras, que proporcione uma perda de peso leve e programada, mesmo nos casos mais graves. “A perda não pode ser rápida, mesmo que o paciente necessite, pois pode causar uma deficiência nutricional”, alertou.



Segundo a pesquisadora, a terapia nutricional pode colaborar, ainda, no tratamento da enterite actínica, uma desordem intestinal resultante da radioterapia e que pode acometer o paciente três meses após o tratamento ou mesmo vinte anos depois. O tratamento nutricional nesses casos, afirmou Cristiane, consiste em uma dieta pobre em resíduos, hipolipídica e sem lactose. “É fundamental também observar a perda de peso e uma conseqüente desnutrição”, disse.



Agência Notisa (jornalismo científico – science journalism)