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Brasil registra 518 suspeitas de leptospirose em janeiro

Por Agência Brasil  em 06 de fevereiro de 2004 - 13:52

O coordenador de doenças transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), Eduardo Hage, informou hoje que a chuva, seguida de alagamento e acúmulo de lixo, foi o principal fator responsável, somente no mês de janeiro, por 518 casos suspeitos de leptospirose. A doença é provocada pela mistura da urina do rato com as águas da chuva e pode ser transmitida pelo simples contato até mesmo com a lama contaminada.

Nesta época do ano, as fortes chuvas que provocaram alagamentos e enchentes em pelo menos 392 municípios brasileiros preocupam ainda mais as autoridades de saúde. No início da semana, o Ministério da Saúde anunciou o envio de 2,5 toneladas de “kits medicamentos” para 338 cidades dos 15 estados atingidos pelas chuvas e garantiu que custeará integralmente as internações hospitalares decorrentes das enchentes, inclusive com a ampliação de leitos de UTI.

“É necessário nesse momento uma boa organização da assistência, uma boa articulação de todas as áreas envolvidas para detecção precoce e encaminhamento de pacientes o mais prontamente possível”, alertou Eduardo Hage.

Cada unidade do kit é composta por 23 tipos de medicamentos – entre antibióticos, analgésicos, antitérmicos e antiparasitários, além de medicamentos contra doenças de pele e respiratórias. Nos kits também são adicionados sais para reidratação em caso de diarréias, soros fisiológico e glicosado, hipoclorito de sódio (produto usado para tratar a água destinada ao consumo humano) e insumos laboratoriais para a realização de testes de detecção de leptospirose. Cada kit é capaz de atender três mil pessoas, e o investimento aproximado na distribuição desses medicamentos será de R$ 56 mil.

Além da leptospirose, que costuma aparecer 20 dias após as enchentes, outras doenças podem ocorrer com freqüência em situações de alagamento. As principais são as doenças diarréicas e hepatites A e E, causadas pelo consumo de água contaminada, e doenças respiratórias como gripe, pneumonia bacteriana e meningites virais.

Para evitar qualquer dano à saúde, o coordenador de doenças transmissíveis orienta que, na medida do possível, as pessoas evitem o contato com águas de enchentes. “Quando houver necessidade de ter contato com água é necessário usar vestimentas adequadas, como botas, que possam evitar esse contato com a pele. Também é importante procurar beber água filtrada, fervida ou mineral e utilizar quando necessário o hipoclorito de sódio para diminuir a possibilidade de contaminação da água”.

As casas alagadas também devem ser limpas com água sanitária.