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Amor sem limites - Casamento curioso foi realizado em MS
Quando a gente ama alguém de verdade, esse amor não se esquece. O tempo passa, tudo passa, mas no peito o amor permanece. E qualquer minuto longe é demais, a saudade atormenta, mas qualquer minuto perto é bom demais, o amor só aumenta.
Esse é o trecho que inicia a música Amor sem limites, escrita pelo cantor e compositor Roberto Carlos. A melodia se encaixaria perfeitamente como tema do casamento realizado hoje, sexta-feira (16), no Cartório do 1º Ofício de Registro Civil Tabelionato de Caarapó. Onde o detento Gilmar de Oliveira (37), que cumpre pena por porte ilegal de arma de fogo, oficializou sua relação com a senhora Elenice Viera Pinho (32), que vive em mundo totalmente diferente, num convívio com a sociedade.
A cerimônia, apesar de algumas regras pouco convencionais, foi celebrada como manda o figurino.
O noivo chegou ao local do evento por volta das 14 horas, escoltado por policiais militares. Já à noiva, para não deixar apagar o brilho da tradição, surgiu a caráter, de vestido branco, além de um atraso de pouco mais de 10 minutos.
Mas, ao contrário dos casamentos convencionais, eles não saíram para a lua-de-mel. O noivo voltou para a sua cela e a noiva, para casa. Agora, resta ao casal superar o tempo que passarão longe um do outro para seguirem o segundo passo do processo de construção de uma família.
Lua-de-mel A noiva contou que a lua-de-mel aconteceu um pouco antes do casório, durante visita íntima na cadeia pública de Caarapó. Elenice disse ainda que o casal já vivia maritalmente há alguns anos antes de Gilmar ser preso. A decisão de oficializar a relação veio depois que eles se tornaram evangélicos, há cerca de alguns meses, mas até então a cerimônia não teria sido viável.
Já esperamos esse tempo todo e estamos dispostos a esperar mais ainda. Não existe barreiras quando há amor de verdade, disse a noiva, visivelmente emocionada.
De acordo com o artigo 231, inciso II, do Código Civil, o casamento é o modo legítimo de instaurar entre os cônjuges a vida em comum. As pessoas não se casam para outro fim. Devem, portanto, viver juntas. Qualifica-se esse dever, tecnicamente, de dever de coabitação.
Mas, pelo menos por algum tempo, essa convivência entre Elenice Vieira Pinho e Gilmar de Oliveira será impossível.