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Alergia alimentar em crianças pequenas

Por BabyCenter Brasil  em 15 de junho de 2016 - 09:00

A alergia alimentar é uma reação do organismo a alguma coisa que a criança ingeriu. Existem dois tipos de alergia:

Reações mais graves e rápidas (mediadas por IgE): acontecem imediatamente depois de ingerir o alimento ou num intervalo de até duas horas.
Reações menos graves ou tardias (não mediadas por IgE): podem ocorrer algumas horas ou até duas semanas depois da ingestão do alimento; são mais difíceis de diagnosticar.

Leite de vaca, ovo, soja, trigo, amendoim e castanhas como avelãs, nozes e amêndoas são alguns dos agentes mais comuns de alergia alimentar em bebês e crianças pequenas. Corantes artificiais também podem provocar alergia.

A alergia à proteína do leite de vaca é a mais comum em bebês, e é conhecida pela sigla APLV.

O que provoca a alergia são as proteínas presentes no leite de vaca -- as caseínas, as beta-lactoglobulinas e as alfa-lactoalbuminas são as mais frequentes responsáveis pelas reações.
Quais são os sintomas da alergia alimentar em criança pequena?
No caso das reações rápidas, os sintomas costumam ser mais claros:

urticária e vermelhidão, principalmente em torno da boca, dos olhos e do nariz, e que pode se espalhar pelo corpo
lábios, olhos e rosto inchados
nariz escorrendo ou entupido, espirros, olhos lacrimejando
coceira na boca e irritação na garganta
náusea, vômito e diarreia

Quando a reação é mais grave, a criança pode apresentar chiado no peito, inchaço na língua e na garganta, palidez e queda súbita na pressão arterial.

Esse conjunto de reações se chama choque anafilático, e é uma emergência, pois coloca a vida da criança em risco. Dirija-se imediamente a um hospital.

Em crianças sabidamente alérgicas o médico pode receitar uma injeção de adrenalina que esteja sempre à mão em caso de choque anafilático. Ou pode orientar a administração de corticoides.

Mesmo se você não tiver certeza de que se trata de choque anafilático, dê a injeção receitada pelo médico, não tente provocar o vômito e leve seu filho ao pronto-socorro sem perda de tempo.

Felizmente, esse tipo de reação grave é mais raro.
E quando a reação à alergia alimentar é tardia, quais são os sintomas?
Os sintomas mais comuns de uma alergia tardia são:

refluxo gastroesofágico
cólica
diarreia
prisão de ventre
presença de sangue ou muco no cocô
dermatite atópica, principalmente nos bebês alérgicos à proteína do leite de vaca. Quanto mais cedo a dermatite aparece, maior a probabilidade de haver alergia alimentar.

O problema é que as ocorrências acima são bem presentes em bebês e, como a alergia é não-mediada, o resultado dos exames será normal. A alergia alimentar é apenas uma das possíveis explicações para esses sintomas, por isso é necessário um trabalho quase de detetive por parte do médico para descartar outras causas e fazer o diagnóstico.
Como se diagnostica a alergia alimentar em criança pequena?
O médico diagnostica a alergia com base principalmente na história clínica, ou seja, nos sintomas apresentados, e também em eventuais testes de exclusão (eliminar o alimento para observar se há melhora).

Os exames laboratoriais são complementares e nem sempre são suficientes para fechar o diagnóstico.

O diagnóstico pode ser feito pelo pediatra, por um gastropediatra ou por um especialista em alergia.

Entre os exames possíveis está medição de IgE no sangue, que são as imunoglobulinas (anticorpos) específicas. Elas aparecem aumentadas nos casos de alergia mediada por IgE.

Há também um exame em que pequenas quantidades de substâncias suspeitas são colocadas na pele da criança para observar reações. Mas, dependendo da idade e do tipo de alergia (como a não mediada por IgE), os exames podem não ser conclusivos.

Outro exame útil pode ser o de sangue oculto nas fezes.

Na maioria dos casos, a alergia fica evidente pelos sinais clínicos e o médico faz o diagnóstico e inicia o tratamento mesmo sem pedir todos os exames.