Aftosa: liminar impede conclusão das ações da Iagro

A Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) pretendia anunciar hoje o fim das ações de erradicação dos focos de febre aftosa na região sul do Estado. Porém, uma liminar obtida pelo proprietário da fazenda Bonanza, impedindo o abate das cerca de 1,7 mil cabeças de gado que estão na propriedade, jogou o encerramento das atividades para a esfera judicial.

Em coletiva na tarde de hoje, o diretor-presidente da agência, João Cavalléro, adiantou que a Procuradoria Geral do Estado procura derrubar essa liminar na Justiça – após a União tentar, sem sucesso, o mesmo caminho. “Assim que conseguirmos a liminar o dono da fazenda vai precisar ser rápido para recorrer. A intenção é começar os abates de imediato”, salientou.

Com exceção dessa propriedade, as demais fazendas e projetos de assentamento nas cidades de Eldorado, Japorã e Mundo Novo já concluíram as ações de abate e higienização. Agora, serão 30 dias de vazio sanitário (onde não poderão ser colocados animais nos pastos) e outros 30 de animais-sentinela (que serão avaliados para saber se ainda há riscos de contaminação). A partir dessa fase, a cada 15 dias, serão colocadas 20% das cabeças que anteriormente estavam nas propriedades, até que sejam completados os rebanhos. Ao todo, segundo dados da Iagro, a região contabilizou 28 focos de febre aftosa.

Paraguai – O secretário de Produção e Turismo de Mato Grosso do Sul, Dagoberto Nogueira Filho, voltou a cogitar que o surto de febre aftosa na região sul do Estado foi ocasionado pela entrada de animais do Paraguai. “Existem fortes indícios que animais provenientes do Paraguai, que foram para um frigorífico de Eldorado, podem ter trazido a doença”, especulou.

O titular da Seprotur enfatizou, ainda, que o Estado deve se preparar para a chegada de duas missões internacionais a Mato Grosso do Sul, para avaliar as condições sanitárias e a qualidade do rebanho. Hoje, chegou ao Brasil um grupo oriundo da Tunísia, que chegaria nesta segunda-feira a Campo Grande para avaliar as condições existentes no laboratório da Iagro de Campo Grande, e, em seguida, iria a um frigorífico de Nova Andradina. Ainda não foi definida a nova data para essa missão chegar ao Estado.

No dia 23 de janeiro, será a vez da missão européia chegar ao Brasil, para visitar os laboratórios do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Pará e no Rio Grande do Sul. “Em Mato Grosso do Sul, eles visitarão as áreas classificadas como de risco sanitário. Nossa intenção é recuperar o status de área livre da aftosa com vacinação, e provar a eficiência dos nossos trabalhos”, explicou Nogueira Filho. Também não foi confirmada a data que os europeus virão ao Estado.