Geral

A limpeza dos primeiros dentinhos

Por Click Bebê  em 10 de setembro de 2016 - 09:00

A mãe deve começar os cuidados com a higiene bucal do bebê logo que despontar a primeira dentição, por volta do 6º mês, podendo ocorrer uma variação de criança para criança.

Os primeiros dentes a nascerem são os incisivos centrais inferiores, seguidos pelos incisivos centrais superiores. “Se houver inversão na ordem de nascimento, os pais devem procurar o dentista, pois essa alteração pode provocar um problema na oclusão (mordida) da criança, avisa a odontopediatra, Sandra Echeverria, professora Titular da Disciplina de odontopediatria da Pontifícia Universidade Católica de Campinas.

Antes do surgimento do primeiro dente, o bebê fica um pouco chatinho por conta da gengiva inchada. “Ele pode ficar facilmente irritado, ter dificuldade para dormir ou acordar à noite e apresentar falta de apetite”, explica a pediatra Mariane Franco, presidente do Departamento de Pediatria Ambulatorial da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

Para amenizar o desconforto, a pediatra indica colocar mordedores na geladeira, já que a temperatura mais baixa ajuda a anestesiar e aliviar a dor. Nessa fase, os bebês sentem vontade de ficar constantemente mordendo algo e isso auxilia a rasgar a gengiva. Por isso, outra boa alternativa é oferecer alimentos durinhos, como cenoura.

O nascimento de um dente pode também vir acompanhado de uma febre e uma leve diarreia. “Geralmente, não é necessário nenhum medicamento. Na hipótese de muito desconforto e temperaturas acima de 37,5, a criança pode ser medicada com um antitérmico e uma pomada fitoterápica a ser colocada na gengiva. Nesse caso, a mãe deve consultar o pediatra”, indica Mariane Franco.

Você também vai perceber que o seu filho vai babar muito, mas isso não se deve ao nascimento dos dentes, como as pessoas imaginam. O aumento da salivação tem relação com a maturação de glândulas salivares que acontece a partir do terceiro mês de vida e se prolonga até o 6º mês, coincidindo com o nascimento dos dentes.

Higiene

A limpeza deve ser iniciada a partir do nascimento do primeiro dente. O ideal é utilizar uma escova de dente convencional de cabeça pequena (compatível com o tamanho da boca do bebê) cerdas macias e cabo longo, que facilita a empunhadura da escova pela mãe ou responsável pela higiene. O creme dental deve ser utilizado na concentração entre 1000 e 1500 ppm de flúor (essa informação está disponível no rótulo do creme dental, na maioria das vezes em letras bem pequenas, na parte de trás do tubo).

O importante é não escolher a pasta pela faixa etária descrita no rótulo, pois muitas vezes o produto não tem em sua composição a quantidade de flúor suficiente para combater a cárie. “A quantidade de creme dental também deve ser supervisionada pelo pais para evitar a fluorese dentária (excesso de flúor), que causa manchas nos dentes. O ideal é o equivalente a um grão de arroz e a escovação pode ser feita até três vezes ao dia. E não se preocupe se o bebê não cuspir toda a pasta, pois alguns estudos mostram que não causa nenhum malefício à criança”, explica a odontopediatra, Sandra Echeverria.

Já o uso do fio dental, por sua vez, deverá ser introduzido a partir do momento em que o bebê já tiver dentes vizinhos em contato.

De acordo com a Associação Brasileira de Odontopediatria, a primeira visita do bebê ao dentista deve acontecer no surgimento dos dentes ou mesmo antes disso – ato que deve se repetir a cada seis meses. Isso porque o profissional, além dos dentes, analisa várias estruturas e funções orais importantes para saúde do bebê e cabe a ele orientar a mãe sobre os cuidados de higiene bucal, hábitos como chupeta, mamadeiras e sucção de dedo. E quanto antes essas informações são transmitidas para a mãe, mais facilmente serão introduzidas no momento correto na vida da criança.

Fontes:
– Sandra Echeverria, professora Titular da Disciplina de odontopediatria da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. (CRO – 47477)
– Mariane Franco, presidente do Departamento de Pediatria Ambulatorial da Sociedade Brasileira de Pediatria. (CRM – PA 4274)