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A crônica do Corino - Saudoso Chiquito

Por Corino Rodrigues Alvarenga  em 19 de outubro de 2006 - 11:09

Cassilândia News
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Saudoso Chiquito

Hoje eu peço licença ao leitor para fazer uma justa homenagem ao jornalista e radialista Francisco Moyses de Menezes Machado, o Chiquito, que faleceu na noite dessa terça-feira, 17, por volta das 21h, em sua residência na cidade de Paranaíba.
Ele veio do Estado de São Paulo, da região de Fernandópolis e Jales; aquiescendo convite formulado por Dráusio Magnani Zana, Chiquito chegou em Paranaíba no início da década de 70, para tocar a Rádio Difusora Paranaibense.
Não satisfeito somente com a atividade radiofônica, imprensa falada, Francisco Machado e Dráusio fundaram o Paranaíba Jornal, em circulação até hoje. Posteriormente, Chiquito, fundou o Jornal de Domingo, que deu lugar a Folha de Paranaía, circulando até os dias de hoje.
Recordo-me muito de Chiquito. Ele era dono de uma gráfica, que, além de fazer a impressão do Paranaíba Jornal, oferecia seus préstimos para terceiros. Assim, quando iniciei minhas atividades em cassilândia, em 1984, Wanderleiy de Carvalho, diretor do Cassilândia Jornal, já era seu cliente.
Certa vez, durante uma viagem em seu Santana para Campo Grande, a Capital Morena dos sul-matogrossenses, lembro-me de duas particularidades.
A primeira foi que a viagem durou muito, pois era uma parada para abastecer o carro e outra para dar “um bico na cerveja para desabafar esse calor abafante”, conforme ele gostava de dizer.
A outra foi quando contestei uma tese dele acerca de jornalismo. Ele me olhou nos olhos e filosofou:
- Rapaz, não enfrente Chiquito, não. Chiquito tem 25 anos de janela.
E não era experiência pouca, não.
Se naquela época, há vinte anos, Chiquito já era sábio, imagino hoje.
Também não tenho como esquecer a sua generosidade. Em Campo Grande, levou os dois convidados para conhecer a cidade a fundo e sempre brigando para pagar a conta, tomando como ofensa se insistíssemos. E nós insistimos, é evidente.
Chiquito deixou o seu legado à comunidade de Paranaíba e do Bolsão Sul-matogrossense. Como sempre gostei de ler, apreciava muito o seu Paranaíba Jornal feito na base do linotipo e tive a oportunidade de ver o chumbo quente sair da caldeira de sua gráfica em Paranaíba.
Chiquito, além de sua vasta contribuição para a cultura, foi um lutador, um homem de notáveis qualidades, que emprestava seu nome para entidades, que vendia alegria por um preço irrisório: uma prosa, uma palavra, um gesto.
Dizem que quando uma pessoa morre, por mais ruim que seja, acaba virando herói. Eu asseguro a você, amigo leitor: esse não é o caso de Chiquito. Chiquito foi bom mesmo, correto em todos os negócios que fez com o também saudoso Wanderleiy de Carvalho e com aqueles que tiveram a felicidade de conhecê-lo mais a fundo.
Hoje posso escrever que não morreu apenas o ícone da comunicação paranaibense. Morreu, sim, o amigo Chiquito. Sugiro às autoridades paranaibenses quando forem homenageá-lo dando seu nome a uma praça ou avenida da cidade: ponham lá na placa “Francisco . M. M. Machado, o Amigo Chiquito”.
Vai ficar mais íntimo. Vai ficar mais condizente como que foi o inesquecível Chiquito.

Corino Rodrigues de Alvarenga
Contato com o colunista:
corinorodrigues@hotmail.com