Cassilândia

A homenagem póstuma ao Joaquim Tenório Sobrinho, o Pernambuco: a falta que ele faz

Ele foi o vereador mais votado de Cassilândia, proporcionalmente, até hoje. Foi prefeito duas vezes. Ficou lembrado pela sua solidariedade ao próximo.

Por Manoel Afonso, comentarista político da Record MS  em 24 de maio de 2023 - 07:55

A homenagem póstuma ao Joaquim Tenório Sobrinho, o Pernambuco:  a falta que ele faz

Cada cidade com seus personagens que marcaram a passagem de alguma forma dentro do contexto da época. É o médico, advogado, empresário e homem público no exercício de suas atribuições com reflexos diretos na comunidade.

Por uma série de circunstâncias aqui inarráveis, nem sempre essa postura  recebe na respectiva época o devido reconhecimento da população favorecida por esses personagens. Mas felizmente há uma parcela minoritária que se propõe a resgatar a memória popular com referências públicas positivas em determinadas situações.

O ex-prefeito Joaquim Tenório Sobrinho – popularmente conhecido como Pernambuco pode ser enquadrado no rol dos cidadãos prestantes de Cassilândia, independentemente do nível cultural e social numa época de dificuldades na região.

Vale esse registro, principalmente à parcela de leitores jovens que não conviveram com  o ex prefeito.  Pernambuco exercia , quando de seu falecimento ( 22/05/1987) o simples cargo de ‘guarda’ do prédio que abrigava as instalações da extinta companhia telefônica ‘Inetel’ graças ao gesto generoso de seu diretor Francisco Viana.

Para ele, que começara a labuta em Cassilândia como carroceiro, não havia demérito algum em exercer o cargo mesmo tendo sido prefeito da cidade.  A humildade dele era maior do que o sentimento de vaidade. Aliás, essa postura seria considerada absurda em nossos dias – onde o ego oceânico dos nossos homens públicos se junta ao duvidoso comprometimento de realmente servir sem ‘outros interesses’.

Portanto, nesta ‘época estranha’ onde conceitos de moral e ética sofrem mutilações, é sempre necessário relembrar a figura do nosso Pernambuco – que tinha grande identificação com os mais humildes e para os quais direcionava suas ações na iniciativa privada e pública.

Seria muito bom que os homens públicos mirassem nos exemplos deste cidadão nas relações com a sociedade, sem preconceitos e demagogia. Os moradores mais antigos certamente são testemunhas das nossas assertivas.

Para arrematar essa homenagem recorro ao romancista, dramaturgo e poeta alemão Bertold Brecht com a brilhante definição:  “Há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são melhores, há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis.

Manoel Afonso